segunda-feira, 7 de abril de 2014

Momento de decisão para o PMDB de Minas

por Paulo Diniz
(publicado nas edições de 07/04/2014 de O Tempo - Belo Horizonte, Minas Gerais - e de 09/04/2014 do Correio do Sul - Varginha, Minas Gerais -, do Jornal Diário - Pouso Alegre, Minas Gerais - e do Diário de Caratinga - Caratinga, Minas Gerais)

A revolta da bancada federal do PMDB trouxe novamente o maior partido do Brasil ao centro das discussões. Um dos pontos destacados pela imprensa foi a dificuldade em conciliar os interesses regionais de PT e PMDB na disputa por várias administrações estaduais. Minas Gerais se coloca como um desses casos, e como palco essencial das eleições de 2014, merece atenção especial.
O eixo da estratégia nacional do PMDB tem sido a construção de amplas bases parlamentares, cujo apoio seria vital para qualquer presidente da República. Dessa forma, o PMDB embarca como sócio majoritário no governo, independente de sua posição durante a campanha eleitoral: gerenciando ministérios e órgãos públicos, o partido se mantém em evidência constante junto ao eleitorado.
O que ocorre em Minas Gerais, entretanto, supera essa tendência nacional. Compondo o bloco de oposição desde 2006, o PMDB mineiro não pode ter para si uma parcela da popularidade do “Choque de Gestão” – carro-chefe da administração tucana nas Alterosas. Para a população, o PMDB mineiro só tem a oferecer uma pequena fração dos programas do Governo Federal, e mesmo assim, disputando a paternidade desses com os membros do PT. Quando se trata do único partido a ter diretórios instalados em todos os 853 municípios mineiros, isso é muito pouco.
Há dois caminhos disponíveis ao PMDB de Minas. No primeiro, o partido reproduz a aliança nacional com o PT, aderindo à candidatura de Fernando Pimentel. Vitoriosa essa estratégia, o PMDB leva o controle de uma boa parte da burocracia estadual, um alívio após oito anos de oposição. Já a derrota seria um golpe duro sobre o partido, cuja melhor opção seria a de aderir ao novo governo na condição de parceiro menor.
O segundo caminho para o PMDB mineiro é o lançamento de uma candidatura própria. Nesse caso, pode ocorrer a vitória, que garantiria controle total sobre a máquina administrativa mineira; ou a derrota em primeiro turno, que permitiria ao PMDB apoiar, na etapa crucial da disputa, qualquer um dos finalistas, garantindo posto de destaque na composição do novo governo. Mesmo na derrota dessa aliança, o PMDB teria construído patrimônio eleitoral, decorrente de sua exposição em todo o estado.
A composição política, assim, depende do momento em que ocorre: no caso de um acordo decidido no segundo turno, fica evidente a importância que teve a adesão do PMDB. Quando a composição é feita com grande antecedência, não só fica eliminada a chance de vitória autônoma, como também é difícil quantificar a contribuição do PMDB para o sucesso. É bom lembrar que a divisão de poder, em um novo governo, depende da avaliação do peso que cada aliado teve para a vitória.
Um dos principais requisitos para o sucesso eleitoral em Minas é a presença em cada recanto do estado. Sob esse critério, o PMDB é um favorito. Porém, essa capilaridade depende da exposição do partido nas eleições e nos períodos não eleitorais. Estrategicamente, preservar essa condição deveria ser o objetivo maior do PMDB mineiro.

2 comentários:

  1. O Toninho e' o vice que todo concorrente deseja, pergunte o PORQUE no sul de Minas juntos aos cafeicultores e aos colhedores de cafe

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  2. Estes acima citados serao os, maiores e mais convicto\s, cabos eleitorais da Historia de MINAS

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