por Paulo Diniz
(publicado na edição de 21/08/2012 do jornal Hoje em Dia - Belo Horizonte, Minas Gerais)
Há um dito
popular que afirma que o cargo de Presidente dos Estados Unidos concentra tanto
poder, que na escolha de seu ocupante deveriam votar cidadãos de todo o mundo.
Apesar do poderio norte-americano estar em
franca redução ao longo dos últimos anos, não há como negar que os EUA
ainda mantém o posto de nação mais influente do planeta.
A política
externa brasileira tem reservado lugar de destaque às relações com os
norte-americanos desde que o Império chegou ao fim. Principalmente no que tange
ao comércio, tudo o que se refere aos EUA tem grande influência no Brasil. Uma
vez que não podemos, como brasileiros, votar nas eleições presidenciais
americanas de novembro, para qual dos atuais candidatos devemos direcionar
nossa torcida?
A resposta de
tal questão está relacionada com a forte tradição bipartidária vigente nos EUA:
a oposição entre os partidos Democrata e Republicano é marcada pelas diferenças
entre seus programas e estilos de administração. Desde a gestão da economia –
mais intervencionista em
governos Democratas – até a política externa – mais favorável
às ações militares em administrações Republicanas – as diferenças entre
os dois principais partidos norte-americanos são nítidas.
Seguindo a
tradição de seu partido, o democrata Barack Obama deve muito de seu sucesso
eleitoral ao pacote de medidas anti-crise que apresentou na campanha de 2008, e
que vem conseguindo executar com resultados favoráveis. Para o Brasil, apesar da clara redução no fluxo de
comércio com os EUA devido à crise, o governo Obama tem sido bastante positivo.
O típico
protecionismo comercial norte-americano foi reduzido em vários pontos
importantes, com destaque para um dos produtos brasileiros que há mais tempo
vinha sendo impedido de competir no mercado dos EUA, o suco de laranja. É
simbólica de tal aproximação a flexibilização dos critérios de emissão de
vistos para a entrada de brasileiros nos Estados Unidos. A abertura de consulados
norte-americanos em
Belo Horizonte e Porto Alegre, e mesmo a carismática visita
de Obama em 2011 demonstram que, além da mudança no comércio, existe nos EUA um
desejo de valorização das relações com o Brasil que não tem paralelo nas
últimas décadas. Pensando como brasileiros, assim, devemos definitivamente
torcer por uma vitória de Barack Obama.
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