terça-feira, 28 de agosto de 2012

Para quem torcer nas eleições norte-americanas?

por Paulo Diniz
(publicado na edição de 21/08/2012 do jornal Hoje em Dia - Belo Horizonte, Minas Gerais)

Há um dito popular que afirma que o cargo de Presidente dos Estados Unidos concentra tanto poder, que na escolha de seu ocupante deveriam votar cidadãos de todo o mundo. Apesar do poderio norte-americano estar  em  franca redução ao longo dos últimos anos, não há como negar que os EUA ainda mantém o posto de nação mais influente do planeta.
A política externa brasileira tem reservado lugar de destaque às relações com os norte-americanos desde que o Império chegou ao fim. Principalmente no que tange ao comércio, tudo o que se refere aos EUA tem grande influência no Brasil. Uma vez que não podemos, como brasileiros, votar nas eleições presidenciais americanas de novembro, para qual dos atuais candidatos devemos direcionar nossa torcida?
A resposta de tal questão está relacionada com a forte tradição bipartidária vigente nos EUA: a oposição entre os partidos Democrata e Republicano é marcada pelas diferenças entre seus programas e estilos de administração. Desde a gestão da economia – mais intervencionista em governos Democratas – até a política externa – mais favorável às ações militares em administrações Republicanas – as diferenças entre os dois principais partidos norte-americanos são nítidas.
Seguindo a tradição de seu partido, o democrata Barack Obama deve muito de seu sucesso eleitoral ao pacote de medidas anti-crise que apresentou na campanha de 2008, e que vem conseguindo executar com resultados favoráveis. Para  o Brasil, apesar da clara redução no fluxo de comércio com os EUA devido à crise, o governo Obama tem sido bastante positivo.
O típico protecionismo comercial norte-americano foi reduzido em vários pontos importantes, com destaque para um dos produtos brasileiros que há mais tempo vinha sendo impedido de competir no mercado dos EUA, o suco de laranja. É simbólica de tal aproximação a flexibilização dos critérios de emissão de vistos para a entrada de brasileiros nos Estados Unidos. A abertura de consulados norte-americanos em Belo Horizonte e Porto Alegre, e mesmo a carismática visita de Obama em 2011 demonstram que, além da mudança no comércio, existe nos EUA um desejo de valorização das relações com o Brasil que não tem paralelo nas últimas décadas. Pensando como brasileiros, assim, devemos definitivamente torcer por uma vitória de Barack Obama.

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