sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Faltam candidatos ao governo de Minas?

por Paulo Diniz
(publicado na edição de 16/12/2013 do Correio de Uberlândia - Uberlândia, Minas Gerais -, nas edições de 10/12/2013 do Correio do Sul - Varginha, Minas Gerais - e da Folha da Manhã - Passos, Minas Gerais - e na edição de 21/12/2013 do Bocaiúva em Notícias - Bocaiúva, Minas Gerais)


A sucessão para o Governo de Minas, faltando dez meses para o pleito, se encontra anormalmente indefinida. Mesmo levando em conta a típica discrição dos políticos das Alterosas, o atual cenário se destaca: faltam pré-candidatos, e quando os há, falta a eles vigor e atitude. Esse cenário é fruto de uma série de coincidências, merecendo uma análise mais cuidadosa.
No campo governista, a indefinição deriva de um imprevisto de proporções históricas: a ligação entre Marina Silva e Eduardo Campos, no âmbito nacional, serviu para frustrar a aliança que se costurava lentamente em Minas, entre PSDB e PSB. A ausência de um cabeça de chapa tucano nas articulações estaduais, que certamente cumpriria um papel central no acordo que se gestava, tornou-se rapidamente um transtorno para o PSDB quando se romperam as negociações. Busca-se, agora, construir consenso em torno de um nome, através de discussões que se dão em caráter privado, mas das quais escapam ruídos ao público. A lenta ascenção de Marcus Pestana, percebida pelos apoios que surgem gradualmente, ainda está distante de reputar-lhe a condição de pré-candidato do PSDB, principalmente a julgar pelas recentes declarações feitas por membros-chave do partido.
Já a presença cada vez mais constante de Pimenta da Veiga, cotado também como pré-candidato do PSDB, longe de indicar um rompimento da coesão tucana, apresenta risco pela demora que traz ao planejamento pré-eleitoral. A indecisão tucana tem custo, mas ainda não suficiente para tomar ao PSDB a condição de favorito na disputa mineira.
Na oposição, o ministro Fernando Pimentel parece ter se firmado como nome do PT na disputa ao Palácio da Liberdade. Porém, falta-lhe a postura própria de quem quer governar Minas, marcando posição nas várias regiões do interior, onde ainda é um desconhecido. Outra hipótese, à parte do recato do ex-prefeito da capital, seria a de que Pimentel já se consideraria bem conhecido do eleitorado, sendo assim dispensável uma exposição maior junto ao público. Nesse caso, seria um grave erro de estratégia: ignorar o ditado segundo o qual “Minas são muitas”.
Os oposicionistas enfrentam outro obstáculo na posição do PMDB, que promete lançar candidatura própria ao Governo do Estado. Sendo, ou não, parte da negociação para se compor a chapa, esse movimento traz muitos aspectos à tona. Caso se confirme a candidatura própria do PMDB, o PT encontrará ainda mais dificuldade para superar seu maior obstáculo: penetrar o interior mineiro, terreno no qual o astuto PMDB ainda predomina. Decidindo-se por seguir com o PT, é quase certo que o PMDB ofereça apenas parte de seu apoio: é antiga a existência de uma ala pró-tucana no partido e, além disso, a interferência de Lula (estranho a Minas e à sua política) patrocinando a filiação do novato Josué Gomes, apenas aumenta essa cisão.
Com tantas variáveis ainda sem definição, uma das poucas certezas é a de que o acaso poderá desempenhar, em 2014, um papel mais marcante do que nas últimas disputas estaduais.

Um comentário:

  1. Professor Paulo Dinis,realmente vejo que a politica em minas esta um poco a desejar,dificuldades creio que passaremos na próxima eleição ,duvidas corriqueira teremos para candidatar aquele que representara Minas.2014 teremos que ser cautelosos ao eleger nossos candidatos,com o voto consciente faremos toda a diferença!

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