por Paulo Diniz
(publicado na edição de 27/12/2012 da Tribuna de Minas - Juiz de Fora, Minas Gerais - e na edição de 11/12/2012 do Correio do Sul - Varginha, Minas Gerais)
As recentes declarações do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, virtualmente lançando a candidatura de Aécio Neves à
Presidência da República, e dando início à disputa pelo Planalto com dois anos
de antecedência, diminuem algumas das incógnitas a respeito do pleito geral de 2014.
Dilma Rousseff deve buscar a reeleição sem contar com o apoio efetivo do
ex-presidente Lula: longe do controle da máquina estatal e da intensa cobertura
da mídia, é fato que Lula perdeu muito do poder que foi de grande valia para
Dilma em 2010. No mesmo sentido, é bem provável que surjam ainda novos
personagens de destaque nesse enredo, como o governador pernambucano Eduardo
Campos e a ex-senadora Marina Silva. De toda forma, ainda são muitas as
variáveis em aberto para que se possa fazer previsões seguras.
Algumas certezas, entretanto, podem ser detectadas
em meio a um contexto tão incerto. O PSDB, através de seu novo presidenciável,
deve tentar um esforço concentrado no sentido de tornar o senador Aécio Neves
conhecido nacionalmente; tal movimento já foi colocado em prática no pleito de
2012, quando a presença do tucano mineiro se multiplicou pelos palanques de
grandes cidades de todo o Brasil.
O raciocínio estratégico que faz sentido na escala nacional, pois busca apresentar o futuro candidato ao eleitorado brasileiro, deverá ter reflexos significativos em Minas Gerais. Partindo do pressuposto de que já é bem conhecido e avaliado em seu estado natal, Aécio deve investir pouco em sua campanha por aqui. Dessa forma, a campanha para escolha do próximo governador mineiro pouco contará com a presença de Aécio e, muito provavelmente, deverá mesmo ser estruturada como movimento de apoio ao pleito presidencial tucano.
O raciocínio estratégico que faz sentido na escala nacional, pois busca apresentar o futuro candidato ao eleitorado brasileiro, deverá ter reflexos significativos em Minas Gerais. Partindo do pressuposto de que já é bem conhecido e avaliado em seu estado natal, Aécio deve investir pouco em sua campanha por aqui. Dessa forma, a campanha para escolha do próximo governador mineiro pouco contará com a presença de Aécio e, muito provavelmente, deverá mesmo ser estruturada como movimento de apoio ao pleito presidencial tucano.
Inverte-se,
assim, a dinâmica que obteve grande sucesso em 2010, quando o estreante Antônio
Anastásia foi francamente beneficiado pela associação feita entre sua imagem e
a popularidade de Aécio Neves no estado. Para 2014, o candidato a governador do
campo governista é quem deverá percorrer toda Minas Gerais, levando consigo não
só sua própria campanha, mas também a do presidenciável tucano. Dessa forma, o
nome a ser apoiado pelo PSDB mineiro na disputa pelo Palácio da Liberdade deve
ser, já de antemão, popular e articulado, além de fiel e dedicado o suficiente
para garantir a vitória do candidato tucano no segundo maior colégio eleitoral
do país.
Uma vez que já
começam a surgir as primeiras especulações em torno de nomes de possíveis
candidatos, é bom lembrar que há condicionantes estratégicos que devem falar
mais alto em 2014: o candidato indicado pelo governo à sucessão de Antônio
Anastásia deve ser, necessariamente, o maior cabo eleitoral de Minas, e não
alguém que necessite de apoio para se eleger. Qualquer postulante que não
apresente esse perfil pode considerar suas chances de indicação em 2014
bastante remotas. Isso, claro, se partimos do pressuposto de que o PSDB deseja
mesmo manter o poder em Minas, ao mesmo tempo que tenta retomar o Governo
Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário