(publicado na edição de 12/03/2012 do Jornal de Uberaba - Uberaba, Minas Gerais - e na edição de 19/03/2013 de O Tempo - Belo Horizonte, Minas Gerais)
O noticiário
político mineiro tem registrado, durante as últimas semanas, os movimentos do
ministro Fernando Pimentel com o objetivo de viabilizar sua candidatura ao
Governo do Estado de Minas Gerais em 2014. Reuniões com a presidente Dilma
Rousseff, anúncio de grandes investimentos na área de desenvolvimento
tecnológico e a busca de novos espaços em Brasília para seus parceiros em
potencial, do PMDB mineiro: são esses os passos que dá, hoje, Pimentel em sua
caminhada em direção ao Palácio da Liberdade. Considerando a estrutura da política
mineira, pode-se dizer, entretanto, que Fernando Pimentel traçou planos que o
levam na direção errada.
Como em sua
campanha ao Senado em 2010, Pimentel parte do pressuposto de que Belo Horizonte
constitui um pólo centralizador da política mineira, o que lhe renderia uma boa
vantagem por ter sido prefeito da capital por dois mandatos. Tipicamente
belo-horizontino, tal raciocínio desconsidera as históricas diferenças
regionais mineiras e, sobretudo, a complexidade do cenário eleitoral de cada um
dos 853 municípios do Estado. A partir da centenária história política mineira,
a cidade de Belo Horizonte ainda por ser classificada como uma novidade, e com
isso, seu prefeito não ocupa uma posição de destaque natural na disputa por
cargos de âmbito estadual. Tal influência automática se limita mesmo à Capital
e a alguns poucos municípios em seu entorno. O histórico administrativo de
Pimentel no comando de Belo Horizonte é, com certeza, um fator positivo em seu
pleito ao Governo Estadual, mas não necessariamente torna o ex-prefeito
conhecido no Interior do Estado.
Partindo de
tal posição desvantajosa, Pimentel deveria investir em tornar-se conhecido em
todas as regiões de Minas Gerais. Porém, optou por ficar em Brasília, no
comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, uma
pasta com pouca visibilidade e, principalmente, nenhum contato com lideranças
políticas municipais. Repete, assim, a estratégia fracassada de Hélio Costa,
que se preparou para a campanha de 2010 a partir da chefia do Ministério das
Comunicações.
Outro trunfo
planejado por Pimentel, a aliança com o PMDB mineiro, dificilmente será capaz
de fazer a diferença no pleito do ano que vem. Trata-se de agremiação política
tradicionalmente fragmentada, e que em Minas, vem apresentando cismas ainda
mais profundos. A divisão interna é tamanha, que há inclusive setores
significativos do partido pressionando por uma adesão formal à base de apoio do
atual Governo Estadual tucano.
Contando
apenas com sua base eleitoral metropolitana, e com o apoio de parte do PMDB,
Fernando Pimentel tem um prognóstico bastante negativo pela frente. A
considerar os resultados das últimas eleições estaduais, pode-se prever que o
candidato petista dificilmente chegará ao segundo turno, principalmente se tiver
como adversário o atual vice-governador, Alberto Pinto Coelho, um exímio
conhecedor das pessoas e dos caminhos do interior mineiro.
Concordo, professor! Alberto Pinto Coelho será o próximo governador.
ResponderExcluirVi hoje seu artigo no jornal O Tempo. Bem escrito Boa análise.
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